sexta-feira, 14 de maio de 2010

Corte orçamentário é insuficiente e tardio

Por Bia Ferrari e Derick Almeida, da Veja Online:
Depois de passar quase todo o governo Lula em sentidos opostos, as políticas fiscal e monetária podem ficar mais afinadas. O corte no Orçamento de 10 bilhões de reais, anunciado nesta quinta-feira pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinaliza uma bem-vinda mudança de postura do governo, pois ajuda no combate à inflação e reduz a necessidade de novas altas de juros neste ano. Chama a atenção, ainda, o fato de ser uma decisão atípica para um ano eleitoral, quando aumentam as pressões políticas por expansão dos gastos. Os especialistas, contudo, criticam a medida. Dizem que é insuficiente e tardia.
"A crítica que se faz é que isso veio tardiamente. Além disso, é insuficiente porque representa um montante pouco expressivo em relação a tudo o que está programado de despesa para este ano. É pouco para cumprir a meta de superávit primário, sem a utilização de uma 'contabilidade criativa', e para evitar que os juros continuem nessa trajetória de alta", esclarece Felipe Salto, economista da Tendências. O economista explica que o governo usa artifícios contábeis para garantir o cumprimento da meta de superávit primário - arrecadação menos despesas, exceto o pagamento de juros -, que é de 3,3% do PIB. Exemplo disso é o desconto dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta oficial de superávit primário.

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