domingo, 16 de maio de 2010

Mantega diz que Brasil inicia novo ciclo de expansão

Agência AFP, publicada pelo JB Online:
MADRI - O Brasil não apenas superou a crise financeira internacional, como iniciou um ciclo de expansão que o levará a superar muitas das economias europeias, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em uma entrevista neste domingo ao jornal espanhol El País.
"Estamos iniciando um novo ciclo de expansão que deverá ser mais forte que o anterior (de 2003 a 2008)", afirmou Mantega na entrevista, incluída em um suplemento dedicado ao Brasil com o título "O novo líder visto de perto", às vésperas da reunião de Cúpula Europa-América Latina na próxima terça-feira, em Madri.
Quando o entrevistador perguntou se considera realistas as projeções que situam o Brasil como a quarta ou quinta potência econômica do mundo dentro de 15 a 20 anos, Mantega respondeu: "Nós ainda temos um potencial de crescimento grande, que pode superar os 6%, enquanto que a Europa não consegue crescer mais que 2% ou 2,5%".
"Só é preciso desenhar a curva para ver que vamos superar muitos países da Europa em breve", enfatizou.
Mantega admitiu que "a economia brasileira está, de fato, um algo reaquecida, com um PIB que deverá aumentar entre un 5,5 6% em 2010", mas indicou que o Banco Central já "subiu as taxas de juros para evitar uma aceleração maior" e o governo "fará correções ante eventuais excessos".
Mantega afirmou ainda que as grandes potências emergentes do denominado grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que dinamizaram a economia, apesar da crise nascida nos Estados Unidos e que afundou a Europa, têm que aumentar seu poder no Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM).
"O Brasil emprestou ao FMI 14 bilhões de dólares desde o ano passado e também vamos colocar dinheiro para o resgate da Grécia. Se nos chamaram para dar soluções para a crise, é normal que nosso peso nesses organismos seja proporcional a nossa contribuição", alegou.
Mantega admitiu que essas instituições já estão dando passos nessa direção, em referência à adoção adotada em abril pelo Banco Mundial de uma transferência de 3,13% de seus direitos de voto para os países denominados "em desenvolvimento e em transição".

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