quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pacote de apoio às exportações não resolve problemas estruturais

Do site da CNI:
Brasília - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, classificou como altamente positivas e alentadoras as medidas do pacote de apoio à exportação anunciadas pelo governo, mas ressaltou que não resolvem problemas estruturais que impedem a maior competitividade das vendas externas do país. “As medidas são um avanço, incorporam conceitos e estão na direção correta do que espera e propõe o empresariado, mas não podemos ser ingênuos em acreditar que vão solucionar ineficiências estruturais que dificultam ampliar as exportações”, ressaltou Monteiro Neto, após assistir, no Ministério da Fazenda, à divulgação do pacote, pouco antes de participar de mais uma reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), conduzida pelo ministro Guido Mantega.
O presidente da CNI alinhou como problemas estruturais que dificultam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional o câmbio valorizado, as altas taxas de juros, os gargalos de logística e de infraestrutura, a tributação da cadeia produtiva exportadora. “A questão central, hoje, é o binômio câmbio e juros. Como podemos ter uma economia competitiva se os dois principais preços da economia, o câmbio e os juros, estão inteiramente desalinhados dos padrões internacionais?”, indagou. Segundo Monteiro Neto, não está havendo a contenção necessária dos gastos públicos correntes como fator de equilíbrio da economia. “Como a política fiscal não é consistente, sobra uma política monetária errática, na qual de repente se baixa o juro e logo depois se sobe o juro. A questão dos juros e do câmbio nos remete a uma agenda bem mais complexa, que vai exigir opções da sociedade brasileira nestes próximos anos”, destacou.
O presidente da CNI elogiou, no pacote de medidas, a devolução em 30 dias dos créditos de exportação (“não se pode punir o exportador acumulando seus créditos”, disse); a criação do Eximbank brasileiro (“um banco especializado é uma plataforma para as exportações”, afirmou), a preferência por produtos e serviços nacionais nas compras governamentais ( “qualquer política industrial tem de usar as compras governamentais para fortalecer a empresa nacional”, sublinhou). Elogiou, também, a decisão de não se computar a receita das exportações no faturamento das micro e pequenas empresas para efeito de enquadramento no Simples (”é uma medida indiscutivelmente correta”, avaliou).

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