De Merval Pereira, em O Globo
Além dos problemas fiscais que se acumulam no horizonte, especialmente pela síndrome de “prefeito gastador em ano de eleição” que domina as ações do governo, como definiu o economista Reinaldo Gonçalves da UFRJ, o próximo presidente da República terá que enfrentar questões estruturais que a gestão Lula só enfrenta de maneira superficial e eleitoreira.
A consultoria Macroplan - Prospectiva, Estratégia e Gestão, do economista Claudio Porto, está distribuindo a seus clientes uma análise sobre a situação da educação e da infra-estrutura como condições para melhorar a competitividade e permitir o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Segundo o estudo, o risco de um apagão de mão de obra no país está maior, e ficou mais evidente com a superação da crise econômica.
Além do déficit de mão de obra qualificada, outro gargalo que persiste é o da infra-estrutura.
Há claras evidências, segundo a análise, de que a educação e infraestrutura se tornaram os principais gargalos estruturais no crescimento brasileiro, representando áreas que já fazem sombra ao atual cenário econômico.
Embora, na avaliação dos técnicos da Macroplan, o Brasil esteja atravessando um momento excepcionalmente favorável na sua trajetória econômica, tendo sido pouco afetado pela crise de 2008 em comparação às economias americana e européia, com a manutenção da estabilidade econômica e crescimento da renda e do consumo, o sucessor do presidente Lula terá que trabalhar exaustivamente para superar as defasagens e gargalos nos níveis educacionais da população e na infraestrutura e logística de transportes, para garantir um crescimento consolidado e permanente ao país
Nota do Editor - Procede a visão de que a agenda do proximo presidente inclui o desafio da educação. O Brasil universalizou o ensino fundamental. Depois da criação da Bolsa Educação, raiz da atual Bolsa Familia, essa universalização do ensino basico se aprofundou. Não se fez o mesmo com o ensino medio nem com o profissional ou tecnico. E o ensino superior foi expandido pela iniciativa privada. Por isso, sem aprofundar a questão educacional, as proximas decadas serão perdidas no Brasil.
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