Deu na coluna do jornalista político Ancelmo Gois, do jornal O Globo, edição de 22/11:
Lula, o filho de Aristides
Quem já viu “Lula, o filho do Brasil” saiu impressionado com a forma que o filme retrata o pai do presidente. Seu Aristides da Silva, que morreu em 1978 como indigente, é um homem mau no longa. Impacta a cena da chegada de surpresa de Lula com a mãe a São Paulo. O pai, irado, antes mesmo de perguntar da viagem, cobra por que a mulher tinha deixado em Pernambuco o cachorro Lobo.
No livro “Lula, o filho do Brasil”, de Denise Paraná, que inspirou o filme, o retrato do pai é também, no mínimo, de um truculento. Em seu depoimento, Jaime Inácio da Silva, irmão de Lula, conta que convidou o pai para seu casamento, e ele respondeu: “Para você, eu tenho um tiro na cara.”
Lula não chega a ser tão radical. Embora considere o velho Aristides um tirano que cuidava mais dos cachorros do que dos filhos, reconhece no pai um trabalhador que sempre procurou “garantir o feijão e o arroz para a família”. Aliás, numa entrevista à revista “Época”, em 2002, Lula disse que perdoava o pai: “Valeu o espermatozóide que me gerou.”
Em tempo: com a partida de dona Lindu e dos filhos, o cachorro Lobo, que tinha ficado com um tio de Lula, em Pernambuco, não parou de chorar, deixou de comer e morreu dias depois. Mas aí é outra história.
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