Texto de Jaciara Santos:
Pense naqueles carnavais antigos, que hoje são cenas de filmes e documentários, apenas retratando um passado de carnaval tranquilo e poético. Confetes, serpentinas e os personagens principais, representando o amor de carnaval: o Pierrot que é apaixonado pela Colombina, que o troca pelo Arlequim. Agora, traga essa memória para o Carnaval de hoje, mais especificamente para o carnaval baiano de Plataforma, bairro localizado no subúrbio ferroviário de Salvador. Consegue imaginar? Pois bem, é pura realidade! Criado em 1960, o bloco Pierrot de Plataforma sai, todos os carnavais, pelas ruas do bairro, passando de casa em casa e fazendo a alegria das crianças, além de marcar presença também na avenida, no Circuito Osmar. É um bloco de amigos, que reúne em média 60 associados, fantasiados de Pierrot. Todos. Até mesmo as mulheres. Nessa festa, a Colombina não entra.
Mantendo a tradição dos fundadores - entre eles, “Pedro Relojoeiro” e Ademir Ribeiro, grandes amigos “plataformenses”, que resolveram, lá na década de 1960, festejar o Carnaval de uma forma inusitada -, o bloco sai, sem banda ou fanfarra, obedecendo à sua forma original. O som vem dos guizos costurados nas fantasias e das vozes animadas dos Pierrots. A animação é tanta, que a música não faz falta. Sérgio Ramos, 38, morador de Plataforma, é folião do Pierrot há 15 anos e diz nunca ter experimentado outro bloco: “Pra mim, já basta. Não tem confusão, saímos todos juntos, na paz”, afirma. Sérgio, como tantos outros associados, tem um grande respeito e amor pelo Pierrot de Plataforma. Ouvi-lo é como ouvir um torcedor apaixonado falar do seu time de coração: “Já disse para minha família. Quando eu morrer, quero ser vestido de Pierrot”, revela. A paixão é tanta, que seu filho, aos oito meses de idade, já saía de Pierrot, no colo do pai. LEIA MAIS EM http://aqueimaroupa.com.br/?p=14091
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