terramagazine:
O senhor falou das famílias tradicionais e me lembro de vê-lo falar sobre o familismo na política. O senhor escreveu que, na Bahia, houve poucas exceções à famílias políticas, como o ex-governador Lomanto Júnior. Juracy Magalhães é listado como dos Acioly do Ceará. Quais são as exceções de políticos sem o amparo de uma tradição familiar? Você dava uma aula inteira sobre a política dos genros.
Sim, você vê que a estrutura partidária da República Velha era essencialmente uma estrutura familiar. Virgílio Damásio era parente de Ruy Barbosa. Aqueles todos lá. Até chegar a Frederico Costa, todo mundo tinha a filha que casou com o sobrinho do primo... De 1930 pra cá, as coisas mudaram pouco, pouco, pouco. A chegada de Juracy não tem nada a ver com o "aciolismo" do Ceará, ele era tenente ligado a Juarez (Távora), mas repare que até hoje tem Jutahy, Jutahy Júnior... Luis Viana, Luis Viana Filho e Luis Viana Neto, que saiu da política e foi cuidar dos negócios.
Mesmo Lomanto acabou tendo seguidores...
Lomanto tem Lomanto neto, filho...
Você dizia que essa estrutura da política dos genros, com a exceção de Antonio Carlos Magalhães, que era um outsider, vai até o governador Roberto Santos.
Era filho de Edgard Santos (ex-reitor da Universidade da Bahia).
Waldir Pires?
Francisco Waldir Pires de Souza. Esse é solitário.
Como o senhor avalia a passagem de Antonio Carlos Magalhães pela política?
Vou fazer uma comparação que você vai achar maluca. Foi uma passagem de Napoleão pela França (risos)
Por quê?
Ele chegou, ele fez, ele arrumou, ele acabou, ele morreu, politicamente morreu. Pronto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário