Empresários brasileiros pedem fim da isenção tarifária para países pobres

Do portal da CNI:
São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) pedirá mais informações ao governo sobre o encaminhamento de dois importantes temas de comércio exterior: o Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) e o Duty Free Quota Free.
Hoje, a CNI receberá, em São Paulo, representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Em reunião da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), os empresários pretendem obter mais informações sobre o universo de cobertura de 70% dos produtos tarifados e dos 30% de exceções no SGPC.
Querem saber se haverá mudanças na lista que o Brasil apresentou em conjunto com o Mercosul e se o país está satisfeito com as listas apresentadas por outros seis países entre os 22 signatários da Rodada São Paulo do SGPC.
Em relação ao Duty Free Cota Free, os empresários querem que a implementação do acordo seja adiada.
A CNI inclusive encaminhou carta aos ministros Guido Mantega, da Fazenda, Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Celso Amorim, das Relações Exteriores, recomendando o adiamento do acordo.
O Duty Free Cota Free, de 2005, zera as tarifas de importação cobradas dos 49 países mais pobres do mundo.
De acordo com a carta enviada pela CNI aos ministros, “embora a cooperação com os países de menor desenvolvimento relativo (PMDRs) seja importante para os objetivos gerais da política externa brasileira, a CNI considera que, na atual conjuntura econômica, iniciativas dessa natureza são incompatíveis com as diretrizes da política industrial e as necessidades da indústria brasileira”.
Além disso, ressalta a carta, “há riscos não desprezíveis de triangulação de produtos originários de países não incluídos no benefício, que poderiam passar a exportar para o Brasil via PMDRs”.
Na reunião, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior será representado pelo secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e pela diretora do Departamento de Negociações Internacionais, Elisabete Seródio.
Do Itamaraty participarão o chefe do Departamento de Negociações Internacionais, embaixador Evandro Didonet, e o diretor do Departamento Econômico, Carlos Márcio Cozendey.
A CNI será representada pelo diretor-executivo, José Augusto Fernandes, e pela gerente-executiva de Negociações Internacionais, Soraya Rosar.