De Leandro Colon, de O Estado de São Paulo:
BRASÍLIA - Depois do indiciamento de duas servidoras por violar os sigilos dos dados fiscais de quatro tucanos, um sindicalista pode entrar na mira da Receita Federal.
É o funcionário Hamilton Mathias, que trabalha na mesma sala onde foi violado o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de três pessoas ligadas ao PSDB.
Mathias é delegado do Sindireceita (Sindicato dos servidores da Receita) no grande ABC, região de origem do PT. É conhecido na região pela intensa atividade sindical.
Segundo o processo interno aberto pela Receita para investigar o episódio, apenas uma mesa vazia separa Hamilton Mathias do computador de Adeildda Ferreira dos Santos, usado para violar os dados fiscais de Eduardo Jorge e de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Gregório Marin Preciado e Ricardo Sérgio, todos ligados ao alto comando do PSDB.
Em conversa gravada por telefone com o Estado, às 20h30 de sexta-feira, 27, Hamilton disse ser inocente e estar tranquilo.
Afirmou que não pode comentar o episódio porque o processo corre sob sigilo e os servidores da agência da Receita em Mauá, onde o dado fiscal foi quebrado, foram orientados a não comentar o assunto.
Ele já foi ouvido uma vez em depoimento prestado à Corregedoria da Receita no dia 2 de agosto.
Naquele dia, negou qualquer envolvimento na consulta ilegal aos dados dos tucanos.
Desde 2003, o Sindireceita agraciou políticos do PT com a medalha "“Mérito Público Evandro Lins e Silva".
Entre os agraciados estão os deputados Antonio Palocci e João Paulo Cunha.
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