Josias de Souza, na Folha Online:
A CPI das ONGs ouviu, nesta quarta (28), Lúcio Bolonha Funaro. Vem a ser aquele doleiro que fizera acusações contra João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT.
Para recordar: em depoimento à Procuradoria da República, Funaro acusara Vaccari de agenciar negócios em fundos de pensão de estatais.
De saída, o doleiro disse aos senadores que o tesoureiro petista mentiu em depoimento prestado no Senado, no mês passado.
Ouvido por senadores em março, Vaccari dissera que havia se reunido com seu detrator uma única vez: "Mentira dele”, disse o doleiro.
“Estive com o senhor Vaccari mais de uma vez. Algumas vezes. Não posso revelar o teor das reuniões...”
“...Mas com certeza não era sobre Bancoop porque nunca tive nada com construtora. Nem sobre o PT porque não tenho nenhuma relação com partidos políticos...”
“...Mas posso dizer que tratamos de operações financeiras".
Funaro injetou na conversa a Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo, porque foi na sede da entidade que diz ter encontrado Vaccari.
O hoje gestor das arcas petistas era, então, presidente da Bancoop. Funaro fora à presença dele levado pelo ex-deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto (PR).
No depoimento que prestara à Procuradoria, Funaro dissera que, para abrir as trilhas que levavam aos fundos de pensão, Vaccari cobrava propinas.
Acrescentara que a verba espúria destinava-se a fornir o caixa dois do PT. Algo que Vaccari sempre negou.
O tesoureiro do PT esgrime um argumento que tem alguma solidez. Afirma que o Ministério Público, depois de ouvir Funaro, jamais o acionou judicialmente.
À CPI, Funaro alegou que não revelaria o teor de suas conversas com Vaccari por orientação de seus advogados.
Ouvido, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse que seu cliente também comparecerá à CPI das ONGs, em 4 de maio.
Declarou que Vaccari está disposto inclusive a participar de acareação com Funaro.
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