De Merval Pereira, em O Globo:
"A situação do Irã é indefensável". É assim, sem rodeios, que o sociólogo francês Alain Touraine define a crise política internacional envolvendo o programa nuclear iraniano e o governo de Teerã. Mas Touraine também não procura subterfúgios para defender a solução mais adequada para a crise: "Sou a favor de qualquer coisa, menos de um ataque contra o Irã".
Por "qualquer coisa" ele compreende até mesmo as sanções econômicas que os Estados Unidos pretendem aprovar no Conselho de Segurança da ONU, às quais o Brasil é dos poucos países que se opõem.
Touraine não acredita em acordos com o governo do Irã, e acha que é preciso ganhar tempo para criar as condições para que "o próprio povo iraniano" se livre do atual governo, o que ele considera que "não está longe de acontecer".
A situação da política nuclear do Irã, tendo como pano de fundo a posição quase isolada do Brasil de insistir na possibilidade de negociação, evitando sanções econômicas, é um dos temas subjacentes da XXI Conferência da Academia da Latinidade, que busca num "novo humanismo" a saída para a possibilidade de um entendimento internacional.
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