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Brasília – O brusco ajuste na taxa básica de juros, definido na quarta-feira, 28 de abril, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, não se justifica. “A decisão superestima a alta da inflação, que permanece dentro da meta, e pode ter efeitos negativos mais permanentes sobre a produção”, alertou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.
Segundo ele, o aumento de 0,75 ponto percentual nos juros, que passaram de 8,75% para 9,50% ao ano, sem viés, terá efeito limitado no controle das atuais pressões inflacionárias, provocadas pelos preços dos alimentos, que estão subindo em todo o mundo. “A elevação dos juros não surtirá efeito nesse componente, porque os aumentos desses preços se devem a fatores externos”, disse Monteiro Neto.
O presidente da CNI lembrou que a indústria não contribui para as pressões inflacionárias. “O setor vem ocupando gradualmente a margem de ociosidade criada com a crise econômica, processo que não se exauriu. O aumento do uso da capacidade é salutar e essencial para alavancar os investimentos na indústria, o que já vem ocorrendo.”
Na avaliação de Monteiro Neto, o Brasil precisa criar as condições para que o ciclo de elevação dos juros iniciado hoje seja o mais breve e menos intenso possível. “É imprescindível coordenar as políticas monetária e fiscal, de forma a enquadrar a meta de inflação sem maiores danos ao setor produtivo e ao investimento privado”, destacou.
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