Artigo de Jamile Souza e Souza*
Na América Latina, as mulheres vêm conquistando espaços de destaque na vida pública, a exemplo da Argentina e da Costa Rica que são governadas por presidentas. No Brasil, embora a maioria do eleitorado seja feminina, ainda há muito a ser feito: apenas 10% dos cargos eletivos são ocupados por mulheres. Para lideranças femininas de 11 países que compareceram ao Seminário Internacional "Mulher e Participação Política na América Latina – Desafios para a construção da igualdade"; está na Hora de reverter esse quadro.
A vereadora Marta Rodrigues, junto ao coletivo da Secretaria Estadual de Mulheres do PT Bahia e à vereadora Vânia Galvão (PT), participou de todas as mesas do evento organizado pela secretaria Nacional de Mulheres do PT e pela Secretaria de Relações Internacionais, nos dias 22, 23 e 24 de abril, em Brasília.
Marta relata que mesmo tendo evoluído bastante nos últimos oito anos em relação à política para mulher, o Brasil ocupa a 107ª posição no ranking dos países com maior porcentagem de participação da mulher na política. A líder é Ruanda com 56,3% de seu quadro político ocupado por pessoas do sexo feminino, seguida pela Suécia (46,4%), Suldáfrica (44,5%), Cuba (44,5%), Islândia (42,9%), Holanda (42%), Finlândia (40,15%), Moçambique (39,2%), Angola (38,6%), Dinamarca (38%).
“Boa parte desses países conseguiram criar um sistema de punição aos partidos que não respeitam as cotas de participação da mulher, através, por exemplo, do corte de benefícios”, explica a vereadora baiana. No Brasil, a política de cotas começou em 1985, estipulando em 20% o percentual de mulheres entre cargos eletivos. Hoje esse percentual é de 30%, mas, a maioria não consegue cumprir a lei e não é punida. “Lamentavelmente o sistema eleitoral não pune nem ajuda que mulheres se fortaleçam nos espaços de poder e decisão”, aponta.
A chance de reverter esse quadro é clara para as participantes do seminário: é preciso eleger uma mulher para presidente. A mesa de abertura “Participação política das mulheres na América Latina – Avanços e desafios”, contou com a ex-ministra chefa da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff e com a politóloga uruguaia e senadora pelo novo movimento de participação popular do Uruguai “Espacio 609”, Constanza Moreira. Para Dilma, o Brasil já está preparado para ter uma presidente. “E acho mais: as mulheres estão preparadas para ter uma presidente mulher”, disse e foi bastante aplaudida.
A senadora uruguaia defendeu a continuidade na política externa do Brasil para o Mercosul e destacou qualidades da pré-candidata: “Ter uma mulher a frente do governo de um país chamado a ter uma papel de liderança na América Latina é dar à mulher destaque”.
* Jamile Souza e Souza é integrante do gabinete da vereadora Marta Rodrigues (PT) na Câmara de Salvador (BA).
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