Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Os ataques ao papa Bento 16 e à Igreja Católica sobre o escândalo de abuso sexual são comparáveis ao antissemitismo, disse nesta Sexta-Feira Santa um padre que acompanhou a missa do pontífice. O padre Raniero Cantalamessa fez o paralelo durante missa da "Paixão de Cristo" na Basílica de São Pedro para relembrar a crucificação de Jesus.
A celebração que antecede o Domingo de Páscoa deste ano está sendo ofuscada por acusações contra a Igreja Católica em diversos países de ter escondido casos de abuso sexual de crianças por padres, alguns deles décadas atrás.
Atingido pela crise, o Vaticano tem acusado a imprensa de tentar manchar a imagem do papa a qualquer custo. Algumas reportagens acusaram Bento 16 de ter sido negligente ao lidar com casos de abuso sexual, como um envolvendo um cardeal da Alemanha, seu país de origem, e outro na Itália.
O padre Cantalamessa, citando que a Páscoa de cristãos e judeus está acontecendo durante a mesma semana, disse que os judeus têm sido vítimas de "violência coletiva" e fez a comparação com os atuais ataques à Igreja Católica em relação ao escândalo.
"O uso de estereótipos, a atribuição da responsabilidade e da culpa que é de uma pessoa ao coletivo me lembra em muitos aspectos o antissemitismo", disse ele.
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