Da Ascom da Câmara de Salvador:
Vestida de azul e branco, as cores do Ara Ketu, a vereadora Olívia Santana (PCdoB) reverenciou a história de resistência cultural do bloco, na sessão especial que promoveu na terça-feira (21) à noite para comemorar os 30 anos de Carnaval.
“É uma homenagem também ao povo de Ketu”, frisou, classificando o bloco, que nasceu em Periperi, no Subúrbio Ferroviário, como “uma experiência cultural que agrega valor a Salvador”.
Diante de representantes de outros blocos afro importantes da capital baiana, Olívia Santana citou que a cidade está “cercada por uma resistência cultural”, referindo-se ao Ara Ketu no Subúrbio Ferroviário, ao Ilê Aiyê na Liberdade, ao Male Debalê em Itapuã e ao Olodum no Pelourinho.
“Na cidade mais negra fora do continente africano, muitos blocos só aceitavam o que chamavam de gente bonita. E os negros não se encaixavam nesse perfil traçado por eles”, reagiu, ressaltando o papel fundamental desempenhado por esses blocos para o resgate da autoestima dos negros.
Olívia Santana aproveitou a homenagem ao Ara Ketu para cobrar das autoridades “um olhar mais cuidadoso para Salvador”, a implantação de uma Secretaria Municipal da Cultura e a revitalização da Fundação Gregório de Mattos.
Ela desejou, ainda, que a exemplo de outras experiências educacionais mantidas por blocos afro, o Instituto Cultural Ara Ketu seja tão forte e vigoroso quanto o bloco.
A educadora Vera Lacerda, fundadora e presidente do Ara Ketu, lembrou que o bloco foi criado num dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, por moradores de Periperi.
Foi, segundo ela, um dos primeiros blocos a mudar de estilo musical, saindo da estética afro para o ritmo mestiço axé, em 1990.
Além disso, o Ara Ketu foi o primeiro dos novos grupos negros baianos a misturar guitarra elétrica e percussão.
Também prestigiou a sessão o vereador Paulo Magalhães Júnior (que a presidiu momentaneamente durante o discurso da vereadora Olívia); Larissa Luz, atual vocalista do Ara Ketu, e os cantores Netinho, Adelmo Casé e Tonho Matéria.
A mesa contou com as presenças do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB/BA), do subprefeito do Pelourinho, José Augusto Leal, e do cantor e compositor Gilson Nascimento.
A entrada de Vera Lacerda no Plenário Cosme de Farias foi acompanhada por um cortejo de capoeiristas do grupo Mangangá.
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