sexta-feira, 28 de maio de 2010

Causas e consequências da mortalidade materna no Brasil

Vereadora Vânia Galvão*
O dia 28 de maio, além de ser o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, também é uma data que registra o enfrentamento à Mortalidade Materna em nosso país.
A redução da Mortalidade Materna é uma das metas incluídas nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, consideradas pelas Nações Unidas como fundamentais para melhorar as condições de vida das populações em todo o mundo.
Segundo relatório do Ministério da Saúde, o Brasil vem registrando queda nos índices de mortalidade materna: houve uma redução dos 140 óbitos p/ 100.000 nascidos vivos em 1990 para 75 óbitos p/100.000 nascidos vivos em 2007.
Um dos fatores que proporcionaram a melhoria nesses índices foi o aumento expressivo na cobertura do pré-natal pelo SUS que cresceu 1904%, segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 1994 a 2009.
Apesar desta queda no índice nacional, ainda persistem as desigualdades quando avaliamos os índices por região. Os índices variam de acordo com a situação sócio-econômica de cada região, por exemplo, no Nordeste o índice chega a 543 óbitos por 100.000 nascidos vivos; já no Sul esse índice não passa de 189 óbitos p/ 100.000 nascidos vivos. Verificamos assim, que existe uma relação direta entre as taxas de mortalidade materna e o índice de desenvolvimento humano de cada região analisada.
As principais causas da morte de mulheres - por complicações durante a gestação, no parto, pós-parto ou interrupção da gravidez -, são as síndromes hipertensivas, as hemorragias, as infecções puerperais e as complicações decorrentes do aborto.
O aborto induzido, segundo pesquisa nacional realizada pelo Ministério da Saúde (2009), manteve-se, desde 1990, entre a terceira ou quarta causa da morte materna em várias capitais brasileiras, incluindo dentre elas a Cidade de Salvador.
A clandestinidade, a falta de atendimento e acompanhamento no processo de interrupção voluntária da gravidez tem ceifado vidas. Precisamos refletir sobre essas mortes que podem ser evitadas. A sociedade não pode ignorar e dar as costas ao drama enfrentado por milhares de mulheres que perdem suas vidas ou vivem a dolorosa experiência do aborto no mais completo abandono.
*Vereadora Vânia Galvão (PT) é Segunda Secretária da Câmara Municipal de Salvador.

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