De O Estado de S. Paulo:
Número de focos de queimadas chega a 72 mil desde o início de 2010 - a maior marca nos últimos três anos - e, apesar da gravidade, governo demora para agir.
Tema é ignorado na campanha dos principais candidatos à Presidência da República
A quantidade de queimadas em 2010 - maior em três anos - expõe a falta de estrutura para prevenir e combater os incêndios.
Até quinta-feira, o país acumulava cerca de 72 mil focos de fogo.
Em 2009, foram 26,2 mil e, em 2008, 44,7 mil.
Apesar da gravidade, o tema demorou a receber uma resposta do governo e sequer entrou na agenda de campanha dos principais candidatos à Presidência da República.
Contribuíram para agravar o quadro diversos fenômenos meteorológicos, entre eles o fato de o período seco ter começado mais cedo.
Mas, para ambientalistas, o ponto central da questão é o uso do fogo na agropecuária, que, apesar de ser uma tecnologia arcaica, continua sendo muito utilizada e acaba fugindo do controle, provocando incêndios de grandes proporções.
"Os brasileiros usam o fogo como arado ou trator e a cinza como adubo", resume Paulo Adário, do Greenpeace.
Para ele, é fundamental investir na capacitação do produtor e em assistência técnica.
Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, reforça a ideia.
"Temos um círculo vicioso do uso controlado do fogo por conta do atraso em programas de produtividade agrícola e pecuária. O desafio está na mudança dessa prática primitiva."
Além do problema ambiental, as queimadas trazem prejuízos aos produtores.
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) não possui dados, mas admite que o tema preocupa.
"As ações preventivas têm falhado. Para o ano que vem será preciso um plano de ação mais abrangente", diz Assuero Doca Veronez, presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA.
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