segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Estiagem quebra safra e pode pressionar inflação

De O Estado de São Paulo:
O Pantanal Mato-Grossense, conhecido pela bela paisagem, com abundância de água e vegetação, mudou.
No interior paulista, por onde se espalham lavouras de cana-de-açúcar, laranja e café, o quadro não é diferente.
Nos últimos meses a chuva escasseou - efeito do fenômeno climático La Niña.
Já se fala em quebra de safra e na possível pressão inflacionária para os próximos meses em algumas culturas.
É o caso da pecuária.
Segundo a economista Amarilis Romano, da Tendências Consultoria, o prolongado período de entressafra no Centro-Oeste pode fazer com que os pecuaristas mantenham os animais confinados por mais tempo para que ganhem peso e sejam vendidos por um preço melhor.
A oferta menor de animais pressiona o preço da arroba do boi gordo.
"Ainda não é possível dizer se haverá uma catástrofe, mas vivemos um sinal de alerta. A luz amarela acendeu e o problema pode influenciar na alta da inflação", avalia a analista.
Para José Vicente Ferraz, da consultoria Agra FNP, é possível que a estiagem prorrogue a entressafra do Centro-Oeste:
"Se isso acontecer, não tem como não haver pressão inflacionária".
Caio Silva Campos, presidente do Sindicato Rural de Poconé (a 110 km de Cuiabá), na região pantaneira, conta que mesmo os pecuaristas mais experientes foram surpreendidos com a estiagem deste ano.
"Em alguns lugares as lagoas e açudes viraram um lamaçal. O gado vai procurar água, fica atolado no barro e pode até morrer", relata.

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