domingo, 9 de maio de 2010

Minha Nossa Senhora de Forma Geral!!!

E-mail de Cláudia Mousinho com comentário de Reinaldo Azevedo:
"Três perguntas e três respostas da entrevista da pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff à revista IstoÉ. Volto em seguida:
A sra. é católica?
Sou. Quer dizer, sou antes de tudo cristã. Num segundo momento sou católica. Tive minha formação no Colégio Sion.
(…)
A sra. cederia a possibilidade de uma reeleição para o presidente Lula, no caso de ele querer se candidatar em 2014?
Ele já me disse para não responder a essa pergunta.
Até quando a sra. vai obedecer cegamente o que ele manda?
Lula não exige obediências cegas.

Comento
Só mesmo apelando à Nossa Senhora de Forma Geral, padroeira dos que, não tendo nada a dizer, precisam afetar profundidade. Indagada dia desses se acreditava em Deus, Dilma tergiversou um pouco e disse crer numa “força superior”. Bem, eu também creio em forças superiores, especialmente aquelas alheias à minha vontade — e tenho a certeza de que não são Deus. Creio, por exemplo, na Lei da Gravidade. É ou não é “superior”? O quadrado da hipotenusa ser igual à soma dos quadrados dos catetos também está superiormente estabelecido.
Conhecem-se católicos de muitos tipos, ligados às mais diversas correntes. O “Catolicismo de Segundo Momento” é uma inovação ou um achado sócio-teológico que requer descrição e estudo. Talvez seja aquele que só existe em períodos pré-eleitorais, quando candidatos visitam igrejas, grupos religiosos, persignam-se…
Numa outra entrevista, Dilma já disse que reza quando o avião balança. Compreendo. “Primus in orbe deos fecit timor”. “Foi o medo que primeiro fez os deuses”, escreveu Estácio. Dada a relação estabelecida pela companheira, a progressiva segurança nos vôos tende a levar Deus à irrelevância.
Quanto às duas outras respostas, dizer o quê? Orar para a Santa da Retórica Desamparada. Lula faz até o elenco das perguntas que Dilma não deve responder. Se, como ela diz, o presidente não exige obediências cegas, então a cegueira lhe é oferecida de bom grado.
Que coisa espantosa! Nunca antes da história das eleições!

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