Da Veja Online:
Os oito anos do governo Lula foram alarmantes para a imprensa livre.
O presidente em pessoa protagonizou tentativas de cerceamento da liberdade de opinião em seus dois mandatos.
Mas Lula não buscou sozinho esse objetivo.
Governo, PT e sindicatos se revezaram na tarefa de emplacar alguma espécie de "controle social da mídia" – fórmula que, no fundo, expressa o desejo de relativizar ou simplesmente restringir a liberdade de imprensa, um dos pilares das sociedades democráticas.
Olhando em retrospecto para os oito anos de Lula no Palácio do Planalto, assim resume a questão o professor Luiz Motta, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Mídia da Universidade de Brasília (UnB):
"As relações com a imprensa no período Lula podem ser consideradas mais estressadas do que nos governos anteriores ao período democrático".
Vítima do regime militar, que o encarcerou, e beneficiário do estado de direito e da liberdade de expressão, que permitiram sua ascensão na carreira política, Lula não fez, em seus dois mandatos, o menor esforço para dissimular a irritação diante de qualquer conteúdo jornalístico que não lhe parecesse elogioso.
Logo em 2004, o presidente decidiu expulsar do país o jornalista americano Larry Rohter, que havia mencionado, numa reportagem para o diário The New York Times, os seus hábitos etílicos.
A expulsão só não foi consumada porque o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, interveio.
Foi um prenúncio, em tom de chanchada, do que depois ocorreria de maneira sistemática: em solenidades, palanques e encontros informais, Lula procurou desqualificar a imprensa.
Disse que ela é preconceituosa, ou que joga contra o Brasil:
"A imprensa ainda precisa aprender, porque nunca vi gostar tanto de notícia ruim."
E quando os jornalistas se atreveram a investigar como são gastos os milhões de reais pagos pelos contribuintes a título de impostos, Lula teorizou:
"Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar".
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