segunda-feira, 10 de maio de 2010

Rompimento com Dilma e candidatura própria do PMDB

Do blog de Rosane de Oliveira, do jornal Zero Hora, publicado por Ricardo Noblat:
Quando o ex-prefeito José Fogaça diz que o PMDB gaúcho vai até o fim defendendo a candidatura própria, não está apenas fugindo de se definir entre Dilma Rousseff, como quer o PDT, e José Serra, como preferem as bases do seu partido. Fogaça segue uma estratégia, montada por cabeças coroadas do PMDB, para garantir uma saída honrosa no caso de o partido ser forçado pelas circunstâncias a romper as negociações para a aliança com Dilma Rousseff.
Por mais estranho que pareça, essa estratégia prevê, sim, a candidatura própria, mesmo sem qualquer chance de chegar ao segundo turno. Na falta de um nome competitivo, o candidato seria o deputado Michel Temer, cotado para ser o vice de Dilma caso sejam superados os obstáculos que hoje atrapalham a aliança com o PT. Além da forte resistência das bases do partido a Dilma no Sul, a aliança PT-PMDB tem três grandes impasses a resolver: Minas, Bahia e Pará.
Foram esses impasses que levaram o PMDB a desistir da reunião que faria dia 12 para anunciar Temer como vice. Pesou a opinião de Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração e hoje um dos principais caciques do partido, e que está em pé de guerra com o PT na Bahia. Em Minas, o preço do PMDB é o apoio do PT a Hélio Costa.
Com tanta gente afinada com o PSDB, por que o PMDB não apoia logo o candidato José Serra? Porque não dá para simplesmente pular do barco de Dilma para o do seu principal adversário. Com a candidatura própria, o PMDB faria uma escala para o poder e aplainaria o terreno para decidir o apoio no segundo turno ou aderir ao vencedor, se a eleição se decidir no primeiro.
O grande trunfo do partido será, como é hoje, a bancada numerosa. Em nome da governabilidade, o próximo presidente terá de ceder para contar com essa base de apoio sempre ávida por cargos, emendas e obras em seus redutos eleitorais.

Nenhum comentário: