O compositor e cantor Caetano Veloso classificou como golpismo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que é preciso extirpar o DEM da vida pública nacional, de acordo com texto publicado em A Tarde Online.
E considerou atraso histórico a aprovação estratosférica do presidente, que remete o Brasil aos anos 40 e 50, das lideranças populistas da América Latina.
Já o candidato do PSDB, José Serra, para ele, é “burro” por ter tentado associar seu nome ao do petista, no início do horário eleitoral.
As declarações do artista – que já manifestou preferência pela candidata Marina Silva e apareceu no programa do PV pedindo votos para ela – foram dadas em entrevista a uma emissora de rádio em Santo Amaro da Purificação, cidade do Recôncavo baiano onde nasceu e onde esteve para comemorar o aniversário de 103 anos da sua mãe, Dona Canô.
“Não pode. O povo brasileiro não pode ouvir isso (Lula dizer que o DEM deve ser extirpado) e não reclamar. E se uma pessoa da imprensa reclamar, vem um idiota dizer que a imprensa é golpista. Golpista é dizer que precisa destruir um partido político que existe legalmente. O presidente da República não tem o direito de dizer isso”, afirmou Caetano.
Caetano Veloso cobrou explicações sobre a quebra ilegal de sigilo fiscal na Receita Federal, que atingiu pessoas ligadas ao PSDB e a José Serra.
Acabou sobrando críticas para o próprio candidato tucano, porque tentou vincular sua imagem à do presidente.
“Serra é um idiota que apareceu com Lula querendo dizer que tá do lado, que é igual a Lula. É burro”, decretou o polêmico artista baiano.
Questionado sobre o atual momento político, Caetano disse enxergar risco de um populismo perigoso em torno do presidente Lula e sua candidata Dilma.
“É como se fosse assim uma população hipnotizada. As pessoas não estão pensando com liberdade e clareza”, analisou.
Para ele, a aprovação estratosférica que a população confere a Lula é acrítica e isto é um atraso que remete aos anos 40 e 50, quando a América Latina teve lideranças populistas como Getúlio Vargas, no Brasil, e Perón (Juan Domingo Péron) na Argentina. “É um atraso. O Brasil não podia estar mais nessa”, lamentou.
Caetano citou como exemplo desse "atraso" o fato dos candidatos não divulgarem os próprios partidos em sua propaganda, mas fazerem questão de posar com Lula.
“Isso é chato, acho que é pobre”, definiu.
Apesar de tudo, fez a ressalva de que admira Lula e reconhece no presidente uma figura histórica importante no Brasil.
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