Vera Rosa e Tânia Monteiro, de O Estado de S. Paulo:
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica para refazer as contas sobre a arrecadação porque não está disposto a vetar o reajuste de 7,72% para os 8,3 milhões de aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Lula já decidiu barrar a emenda que extingue o fator previdenciário, mas não quer arcar com o ônus político de um veto duplo no fim de seu mandato e num ano eleitoral.
A equipe econômica, porém, continua pressionando o presidente, sob o argumento de que não há recursos. A alternativa oferecida para resolver o problema é a concessão de um abono de 6,14% sobre o valor das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo. Na prática, esse grupo já recebe o valor corrigido desde janeiro.
Até ontem, Lula resistia a optar pelo abono - que não é incorporado ao benefício - e mandou os técnicos fazerem novos cálculos. "A pressão está grande, mas ele ainda não bateu o martelo. Não quer vetar o reajuste e acha que ainda pode encontrar uma solução", disse ao Estado um auxiliar do presidente.
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