quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dilma Rousseff defende prisão perpétua no Brasil

Roberto Almeida, de O Estado de S.Paulo:
SÃO PAULO - A participação de presidenciáveis em programas populares de rádio continua criando saias-justas. Ontem, 26, em São Paulo, foi a vez da petista Dilma Rousseff cair em uma "armadilha" de ouvinte ao participar do Programa Paulo Barboza, da Rádio Record AM.
Maria Aparecida Sisto ligou para a rádio da Freguesia do Ó, na zona norte da cidade, para saber se Dilma mudaria as leis e "peitaria uma luta pela prisão perpétua para pedófilos". Em resposta, a petista disse "compartilhar da revolta" da ouvinte e afirmou, titubeante, que "dependendo da gravidade, tem crimes que podem ser passíveis de perpétua".
A informação, equivocada, já que a condenação máxima no Brasil é de 30 anos, precisou ser corrigida no bloco seguinte em um "esclarecimento". Mas antes disso o tema rendeu ainda mais imbróglios.
Na continuação da resposta, Dilma não agradou a ouvinte. A pré-candidata escolheu relativizar. "Agora tem de ver que crime, qual crime, porque se você penalizar todas as gradações do crime de forma igual, você não foca naquilo que é o mal maior", afirmou.
"Está satisfeita com a reposta?", perguntou o apresentador. "Mais ou menos. A minha pergunta é essa. A senhora entraria de peito e alma e tentaria mudar algumas coisas?", alfinetou Maria Aparecida.
"Eu entro de peito aberto", respondeu a petista, ao que a ouvinte emendou como sugestão "castrar todos os pedófilos". "É melhor aí a punição penal que a punição física", finalizou Dilma.
Esclarecimento. Na entrada do bloco seguinte, a petista, orientada por assessores, interrompeu o apresentador para esclarecer sua declaração sobre a prisão perpétua e, em seguida, criticar a suavização de pena em casos de pedofilia.

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