Texto da Revista Muito, de A Tarde:
É de convencimento o olhar de Tina Tude, 32. Sua formação de atriz é uma pista: na Escola de Teatro da Ufba, com Luiz Marfuz e Harildo Deda, e na Universidade de Brasília.
Um dia, na capital federal, perguntaram “Baiana, tu é de onde?”, e ela falou: “Ipitanga”. “Aí, me dei conta que ninguém sabia onde era o lugar de onde eu vinha”.
Esse lugar é vizinho de Salvador, e por um acordo político chama-se, desde 1962, Lauro de Freitas. O nome antigo é indígena, e seu resgate, assim como o da memória local, foi a missão que o pai de Tina, o poeta Tude Celestino, tomou para si.
Como recuperação de sua obra e continuação de seu trabalho, Tina criou o Atitude Celestina. A ideia era, através do estudo dos textos de Tude, fazer a comunidade conhecer a história de Ipitanga.
Parte do projeto é artístico. Tina tirou da gaveta o diploma de teatro (ela diz ainda ter medo dos palcos) e encena uma trilogia poética escrita pelo pai. Outra parte é política. Encampado pela Secretaria de Educação de Lauro de Freitas, nasceu o Projeto Atitude – Identidade e Memória de Ipitanga, que oferece formação a professores municipais.
Tina e o secretário de Educação, Paulo Aquino, são os coordenadores. Assim como Tude, Tina diz fazer política sem partido. Mas a convivência no meio também explica seu jeito persuasivo de falar. É um trunfo, ela sabe.
“Corrigir um equívoco instalado há 50 anos e esclarecer a comunidade, não é fácil”, diz, sem tampouco desanimar.
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