De Merval Pereira, em O Globo:
A vitória, na Colômbia, do candidato governista, Juan Manuel Santos, com mais do dobro dos votos do segundo colocado, o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus (47% contra 21,5%), trouxe novamente para o primeiro plano político a discussão sobre a capacidade de transferência de votos de um líder político.
Como aqui no Brasil, onde Lula tem até 80% de aprovação, também na Colômbia o presidente Álvaro Uribe tem o mesmo nível de popularidade e, pelas pesquisas de opinião, até uma semana antes da eleição, parecia não estar conseguindo transformar em votos para seu candidato esse enorme prestígio popular.
As pesquisas, que indicavam empate entre os dois candidatos, erraram clamorosamente como se viu, mas este não é um ponto comum com as nossas eleições.
Domingo, logo que o resultado oficial foi proclamado na Colômbia, participei no Jornal das Dez, da Globonews, de um debate sobre os resultados, em que o professor de Relações Internacionais da UFRJ Marcelo Coutinho chamou a atenção para a diferença entre os institutos de pesquisas dos países andinos e os nossos.
Segundo ele, em geral, as pesquisas nos países andinos erram muito. Erraram nas eleições peruanas, bolivianas, equatorianas. Costumam ter uma margem de erro superior à dos institutos de opinião brasileiros ou chilenos, que são de melhor qualidade. A razão é a dificuldade de chegar a alguns recantos do país, especialmente no interior.
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